Cena tradicional num casamento, a noiva prestes a atirar o ramo, dezenas de mãos agitam-se no ar com esperança de agarrar aquelas flores mágicas… algumas raparigas casadoiras conversam ou olham para o lado, distraídas sem grande vontade de digladiar pelo tão desejado bouquet, eu olho para a TV sem som, onde o Jesus tenta encontrar uma justificação para derrota frente ao Braga… o músico rufa, o suspense aumenta, as mãos agitam-se… e eu bem escondida cá atrás, distraída a pensar: “mas que raio dão 5 ao Everton e nada ao Braga”, e zás!!!! O ramo agride-me, vem direitinho a mim… acerta-me em cheio e grito assustada, agacho-me com as mãos na cabeça! Pouco depois ouso espreitar com cuidado para o chão e lá está, a arma de arremesso que me atingiu, dedos acusadores apontam que fui a escolhida, calmamente, cheia de dignidade (com um ataque de riso pelo meio e um sapato que já não cabia no pé) apanho as flores (bem giras, por sinal, a noiva tem bom gosto) e dirijo-me ao Balsagode…
Felizmente, Amor, a tradição já não é o que era!
